Extinção é ameaça constante para Floresta com Araucárias

22 de junho de 2018 às 18:27

Em um futuro próximo, o desaparecimento da Araucária (Araucaria angustifolia), árvore símbolo do Sul do Brasil, pode se tornar uma realidade. Desde 2004, dados do Ministério do Meio Ambiente (MMA) já indicavam que restavam menos de 0,8% de fragmentos em estágio avançado de regeneração do ecossistema Floresta com Araucárias, principalmente devido ao histórico de exploração econômica de bens da floresta – como madeira e erva-mate –  e sua supressão para atividades agrícolas, expansão de urbanização, reflorestamentos com espécies exóticas, etc.

Pesquisas atuais também mostram que a Floresta com Araucárias perdeu aproximadamente 97% de sua área original e, por conta disso, o ecossistema é um dos mais ameaçados do Bioma Mata Atlântica – atualmente o status da araucária é ‘criticamente em perigo’ na lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza, na sigla em inglês) e na Lista Vermelha da flora brasileira do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora).

Essas listas, além de mostrarem as condições de ocorrência e ameaças, fornecem subsídios para ações de conservação de espécies consideradas ameaçadas e proporcionam o relacionamento entre pesquisadores e tomadores de decisão. Nesse contexto, iniciativas têm concentrado esforços para a conservação da flora como um todo. Um exemplo é o projeto desenvolvido pela Sociedade Chauá, no Paraná, com o apoio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, que iniciou a elaboração de listas de espécies ameaçadas de extinção da Floresta com Araucária, com o objetivo de identificar o atual estado de conservação da biodiversidade e fornecer subsídios para proteção de espécies ameaçadas.

“Tendo em vista que até 2050 a estimativa de extinção de espécies da flora é de 7 a 24%, e que ainda não avaliamos o estado de conservação de aproximadamente 90% da flora nacional, as avaliações de risco de extinção constituem importantes ferramentas para a conservação”, explica o responsável técnico, Pablo Melo Hoffmann. Segundo ele, esse projeto descreve o processo de avaliação do risco de extinção de dez espécies da flora da Floresta com Araucária, e apresenta perspectivas e recomendações para a conservação delas.

O projeto, realizado em parceria com o CNCFlora, mostra a necessidade do incentivo à elaboração e revisão de “listas vermelhas” em nível regional e estadual, assim como a necessidade do incremento de informações de qualidade, como forma de garantir avaliações mais consistentes. “Esperamos que as espécies classificadas como ameaçadas nesse projeto sejam alvo de futuras ações de conservação, e que iniciativas públicas e privadas sejam tomadas diretamente para a conservação das mesmas, assim como a elaboração de Planos de Ação Nacional (PANs), com o objetivo de identificar e orientar as ações prioritárias para reduzir as ameaças que colocam em risco as populações e os ambientes naturais”, avalia Hoffmann.

Dentre as dez espécies estudadas, o pesquisador destaca duas espécies de Palmeiras, a Trithrinax acanthocoma (Carandaí ou Buriti- palito) e Butia exilata (Butiá). A primeira foi classificada como vulnerável e a segunda como criticamente em perigo, ambas com um grande risco de desaparecerem do ambiente natural. “A Floresta com Araucárias possui hoje aproximadamente  mil espécies de plantas que dependem umas das outras, entre elas a própria Araucária. Por isso, para que os serviços ecossistêmicos funcionem adequadamente, é necessário preservar todo o ecossistema”, alerta.

Esforço conjunto pode garantir futuro da espécie

Segundo o Coordenador de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário, Emerson Oliveira, também é necessário que a sociedade e o poder público se unam para estabelecer estratégias de conservação, principalmente com foco no aumento de áreas protegidas que envolvam a Floresta com Araucárias, bem como na implementação das unidades de conservação já existentes. “Na nossa visão o desafio é fazer com que a conservação da natureza ganhe relevância. Uma saída tem sido a criação e ampliação de Unidades de Conservação por meio de atuação em políticas públicas e convencimento da sociedade sobre a importância destas áreas”, conta.

Pablo Hoffmann salienta que além da preservação das árvores existentes é preciso também incentivar o plantio de novas árvores. “As plantas estão desaparecendo e não estão sendo reintroduzidas. Dentro do nosso projeto contamos com um viveiro de mais de 160 espécies nativas da Floresta com Araucária, dessas, pegamos três mil mudas para serem reintroduzidas por nós, da Sociedade Chauá, em unidades de conservação”, conta o pesquisador.

A Araucária é uma espécie única, que possui ciclo de vida lento e limitante. A planta atinge a fase adulta após 15 ou 20 anos e depende do vento como agente polinizador ou de animais, como a gralha-azul – que se alimenta do pinhão – para dispersar suas sementes. Ou seja, com o número de árvores diminuindo, o ideal é que a espécie não dependa somente de fatores naturais para aumentar a população, mas que haja também uma política de incentivo para conservar o ecossistema onde ela ocorre.  

Sobre a Fundação Grupo Boticário

A Fundação Grupo Boticário é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial. A Fundação Grupo Boticário apoia ações de conservação da natureza em todo o Brasil, totalizando mais de 1.500 iniciativas apoiadas financeiramente. Protege 11 mil hectares de Mata Atlântica e Cerrado, por meio da criação e manutenção de duas reservas naturais. Atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e nas políticas públicas, além de contribuir para que a natureza sirva de inspiração ou seja parte da solução para diversos problemas da sociedade. Também promove ações de mobilização, sensibilização e comunicação inovadoras, que aproximam a natureza do cotidiano das pessoas.

Prudentópolis
18º
Parcialmente nublado
Ponta Grossa
17º
Parcialmente nublado
Guarapuava
18º
Parcialmente nublado
Curitiba
16º
Tempo limpo
Londrina
27º
Tempestade de areia
União da Vitória
16º
Tempo nublado
  • É com profundo pesar que comunicamos o falecimento de Deloir das Graças Ferreira, aos 56 anos de idade
  • É com pesar que comunicamos o falecimento da Sra. Izabel Szpak – 79 anos.
  • É com pesar que a Funerária São João e o Plano UNI PAZ, comunicam o falecimento da Jovem Daniele Patko
  • É com pesar que a Funerária São João e o Plano UNI PAZ, comunicam o falecimento de Luiz Carlos Bini.
  • É com pesar que comunicamos o falecimento do Sr. Jose Semchechem
  • Com grande pesar, comunicamos o falecimento de Ivo Sochodolak, aos 42 anos.
  • Senac e Secretaria de Assistência Social de Guamiranga Oferecem Curso de Modelagem e Henna para Sobrancelhas
  • Com apoio do Estado, oito soluções para a Mata Atlântica receberão R$ 2,9 milhões
  • Corpo de Bombeiros capacita nova equipe da Força-Tarefa de Respostas a Desastres
  • Membros do Conselho Estadual dos Povos e Comunidades Tradicionais são diplomados
  • Polícia Rodoviária Federal apreende mais de 230Kg de maconha em Guarapuava-PR
  • RAPAZ DE 25 ANOS MORRE APÓS QUEDA DE MOTO NA PR-364, EM INÁCIO MARTINS