Colaboração Repórter Kiko de Oliveira.
Ao contrário do que foi divulgado em nota oficial da Triunfo Participações e Investimentos, na semana passada, a força-tarefa da operação Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná (MPF/PR) informa que, mesmo com inúmeras evidências da existência de graves irregularidades, a empresa jamais prestou qualquer auxílio às autoridades para esclarecer as investigações relativas à corrupção de concessionárias de pedágio do Paraná que levaram gestores do grupo à prisão.
Pelo contrário, a única documentação apresentada pela empresa referente a um “processo de revisão interna” concluiu que no processo de contratação do operador financeiro Rodrigo Tacla Duran “não foram identificadas eventuais situações que aparentassem desconformidade com os procedimentos e políticas de integridade da Companhia.”
Segundo a denúncia apresentada no último mês de abril e decorrente da primeira fase da operação Integração, a apuração levantou indícios significativos de irregularidades, sobre as quais a empresa não apresentou, até o momento, nenhuma defesa consistente. Constana denúncia, por exemplo, que os itens da proposta comercial da concessionária apresentavam sobrepreço, havendo ainda a existência de inúmeras despesas simuladas com empresas de fachada; essas despesas simuladas impactam diretamente a Taxa Interna de Retorno (TIR). A mesma acusação apontou indícios de que o argumento de reequilíbrio econômico-financeiro dos contratos é usado como subterfúgio para obtenção de aditivos abusivos que tem como pano de fundo o pagamento de propinas milionárias a agentes públicos e políticos.
Além de não apresentar justificativas ou explicações para os ilícitos já apontados, a investigação indica que, mesmo após a prisão em fevereiro deste ano, do principal gestor da concessionária Econorte, controlada pela Triunfo, o atual administrador da empresa continuou atuando para dificultar o trabalho das autoridades, chegando a encomendar pareceres jurídicos com conclusões predeterminadas, e negociando novos aditivos contratuais com o Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), mesmo diante de todas as ilegalidades já comprovadas nestes procedimentos.
A 55ª fase da operação Lava Jato foi deflagrada no dia 26 de setembro para investigar o pagamento sistemático de propinas por parte de concessionárias de pedágio do Paraná desde 1999.
Fonte: Lava Jato