Uma comitiva composta por um geólogo, um geógrafo e um arqueólogo, esteve em Prudentópolis na última segunda feira (26) para pedir a preservação do que pode vir a ser o mais importante sítio arquelógico do Brasil, inclusive com proporções internacionais. Na comunidade de Ponta Nova, no Faxinal de Taboãozinho, existe um ‘Pinheiro de Pedra’, como são conhecidos os fósseis de troncos de árvores. Uma análise inicial dos especialistas indica que estes fósseis podem ter mais 250 milhões de anos. Agora, uma parceria com o prefeito Adelmo Klosowski deve preservar o sítio.
De acordo com o geólogo do Instituto de Terras Cartografia (ITG), Gil Francisco Piekarz, o sítio se trata de um “grande achado, uma das ocorrências mais importantes do Brasil de troncos fósseis”. Segundo ele, a maior grande preocupação por parte da ciência é que haja a sua preservação.
Há troncos inseridos na rocha de formação de resina da Bacia do Rio Paraná que são unidades que tem 200 milhões de anos e que podem dar muita contribuição à ciência. Esse ponto é muito nobre para Prudentópolis.
Para o geógrafo e arqueólogo da Secretaria de Estado de Cultura e Preservação do Patrimônio Cultural, Almir Ponte Filho, a importância do local é fundamental para o Paraná e pela relevância, inclusive, para o Brasil.
“Está contando a história da terra. E o mais importante é que a comunidade abraçou essa ideia, desde os tempos dos seus avós”. Ele observa também que nas proximidades do pinheiro de pedra há vestígios arqueológicos indígenas, o que agrega maior valor ao local.
O professor de geografia Antonio Ricardo, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), disse que os ‘Pinheiros de Pedra’ estão em um sítio muito importante para a ciência, para educação e para o turismo.
“Trago alunos da universidade para estudar esse local e é muito importante preservá-lo, pois pode ser até uma descoberta internacional que não pode ser destruída, precisa de cuidados. Conversamos com a Prefeitura para uma preservação melhor. É um espaço muito valioso para o turismo cultural e científico”.
Segundo os especialistas, é importante lembrar que nenhum pedaço dos fósseis encontrados na região podem ser retirados do local.
“O valor dos troncos existem se estiveram lá no lugar onde estão. Não se pode levar para casa, pois perdem o valor científico e cultural”, alerta o professor Antonio Ricardo.
CONTA A LENDA
Uma lenda de Prudentópolis fala sobre a formação dos ‘Pinheiros de Pedra’. Conta a história que, no interior do município, vivia uma família, cuja mãe e filho tinham muita fé. O pai, entretanto, zombava da crença da família. De acordo com o livro ‘Lendas e Contos Populares do Paraná’, no dia 25 de março, dedicado à anunciação de Nossa Senhora, e um dos dias santos mais importantes do ano, enquanto a esposa e o filho foram para a igreja o pai, aproveitando o tempo bom, foi ao sítio derrubar um pinheiro.
O dia passou, à tarde ele retornou para a casa onde sua esposa e seu filho esperavam com o jantar. Para evitar discussão, sua esposa não falou nada. E o pai, orgulhoso, disse ao filho: – “Amanhã vamos levantar bem cedo, porque eu já fretei o caminhão para ir buscar as toras do pinheiro que derrubei, e vocês aproveitam para carregar os galhos para servir de lenha para o fogão”. No dia seguinte, a família seguiu o que foi combinado. Ao chegar no local, para surpresa de todos, quando o pai começou a dar os golpes com o machado, as toras não cortavam, pois estavam petrificadas. As toras e os galhos haviam sido transformados em pedra e até hoje se encontram pedaços destruídos em vários acervos particulares.
MATÉRIA RSN