Foi sofrido, mas o Athletico fez história. Quis o destino que fosse nos braços da torcida, com mais de 40 mil torcedores na Arena da Baixada, o recorde de público do estádio, para o Furacão vencer o Junior Barranquilla, nos pênaltis, após novo empate por 1 a 1 no tempo normal, na noite desta quarta-feira (13), e conquistar o título da Copa Sul-Americana, o primeiro internacional do clube.
A partida teve todos os ingredientes de uma grande decisão. Melhor no início, o Furacão fez um bom primeiro tempo e saiu na frente com gol do artilheiro Pablo. O time colombiano mostrou poder de superação na etapa final, assumiu o controle, empatou e teve quatro boas chances para virar.
A igualdade no placar seguiu também na prorrogação, com o Barranquilla levando as melhores chances na primeira parte, diante de um Furacão cansado. Os visitantes tiveram a melhor chance em cobrança de pênalti, mas Barrera pegou muito mal e isolou. Quis o destino que fosse nas penalidades que a conquista fosse definida. Os colombianos marcaram com Narváez, Rafael Perez e Viera, mas viram Fuentes e Teo Gutiérrez desperdiçar. Do lado atleticano, Lodi perdeu, mas Jonathan, Veiga, Bergson e Thiago Heleno confirmaram o título.
Com a conquista, agora o Furacão confirma a vaga na fase de grupos da Libertadores da próxima temporada, além da disputa da decisão da Recopa Sul-Americana, contra o River Plate-ARG, e na Copa Suruga, no Japão.
Com tudo em aberto pelo empate no jogo de ida, o duelo começou estudado na Arena da Baixada. Ao seu estilo, o Athletico manteve a posse de bola e rondou a área em busca de uma boa oportunidade para pressionar. Com dificuldades para furar o bloqueio colombiano, o time da casa tentou levar perigo em chutes de fora da área, com Renan Lodi e Marcelo Cirino, que passaram por cima. Thiago Heleno também arriscou pelo alto e raspou o travessão.
Com uma estratégia reativa, o Junior Barranquilla apostou nos contragolpes para ameaçar, mas Teo Gutiérrez furou na primeira e Barrera pegou mal na bola na segunda tentativa.
Coube ao Furacão fazer o seu papel e tirar o grito da garganta do torcedor, que ficou entalado com o bom chute de Renan Lodi, defendido pelo goleiro Sebástian Viera. Mas, nos pés do artilheiro, não teve perdão. Aos 26 minutos, a defesa do Barranquilla bobeou e Raphael Veiga encontrou Pablo livre na frente. O camisa 5 invadiu a área e bateu com perfeição, na saída de Viera, para colocar o Rubro-Negro na frente.
Precisando mudar a postura para buscar o empate, o Junior saiu mais para o jogo após o gol, mas encontrou um setor defensivo bem postado pela frente, que não sofreu grandes sustos.
O Athletico voltou para a etapa final perdendo uma boa chance para ampliar, aos 26 segundos, em chute cruzado de Pablo que o goleiro Viera salvou com a ponta dos dedos. Mas foi o Barranquilla quem voltou a mil do intervalo. Pressionando o Furacão, os visitantes assumiram o comando do jogo e não demoraram a empatar. Primeiro, o chute forte de Luis Díaz foi defendido por Santos. Mas, aos 12 minutos, o artilheiro Teo Gutiérrez subiu mais que a defesa e aproveitou cobrança de escanteio para igualar o duelo.
O gol de empate embalou o time colombiano, que seguiu na garganta do Furacão e por pouco não virou o jogo. O Barranquilla teve ao menos quatro boas chances nos pés de Fuentes, Luis Díaz, Téo Gutiérrez e Barrera, que assustaram o arqueiro atleticano.
Com o nervosismo tomando conta, a equipe seguiu sendo pressionada e tirou a paciência da torcida. Sob os pedidos de “raça” vindo das arquibancadas, o Rubro-Negro tentou responder em finalização de Pablo, que desviou e passou com perigo.
Correndo riscos, o Athletico tentou equilibrar novamente o jogo, mas esbarrou no nervosismo. O Barranquilla recuou e retomou a estratégia de contra-atacar. Em uma dessas jogadas, Yony González disparou pela direita, cortou a marcação, mas esbarrou em Jonathan. O Furacão também teve chance nos minutos finais, mas Nikão mandou raspando a trave.
Com os dois times cansados, foi o Athletico quem sentiu mais na primeira etapa do tempo extra e o técnico Tiago Nunes teve que fazer duas mudanças, tirando Pablo e Nikão, lesionados, para as entradas de Bergson e Marcinho. O Furacão tentou pressionar, mas não obteve êxito e viu o Junior chegar com perigo duas vezes, com Luis Díaz e Piedrahita.
Com apenas uma modificação no tempo normal, o técnico Julio Comesaña mexeu no time novamente no segundo tempo da prorrogação, com a entrada de Jonathan Ávila na vaga de Jefferson Gómez. A estratégia retraiu o Junior Barranquilla, que passou a jogar somente no contra-ataque. Em uma dessas disparadas, o goleiro Santos cometeu pênalti em Yony González. Na cobrança, Barrera isolou e perdeu a chance de resolver tudo com a bola rolando.
As duas equipes converteram as primeiras cobranças com Narváez, para o Barranquilla, e Jonathan, para o Furacão. O Athletico passou à frente na segunda série, quando Fuentes carimbou a trave e Raphael Veiga cobrou bem para fazer o segundo. O Junior chegou a igualar com Rafael Perez, mas o Rubro-Negro retomou a vantagem com Bergson. O título ficou mais próximo quando Teo Gutiérrez isolou a quarta cobrança, mas Renan Lodi bateu para fora e desperdiçou a chance de consolidar a conquista. Mas o destino estava do lado atleticano. O goleiro Viera chegou a converter, mas Thiago Heleno não perdoou e coroou o primeiro título internacional da história rubro-negra.
Local: Arena da Baixada, em Curitiba (BRA).
Data: Quarta-feira, 12 de dezembro de 2018.
Horário: 21h45 (horário de Brasília).
Árbitro: Roberto Tobar (CHI).
Assistentes: Christian Schiemann (CHI) e Claudio Rios (CHI).
Árbitro de vídeo: Julio Bascuñan (CHI).
Assistentes de vídeo: Piero Maza (CHI) e Carlos Astroza (CHI).
Público e renda: 40.263 total | R$ 2.084.560,00.
Athletico: Santos; Jonathan, Thiago Heleno, Léo Pereira e Renan Lodi; Bruno Guimarães, Lucho González (Wellington) e Raphael Veiga; Nikão (Marcinho), Marcelo Cirino (Rony) e Pablo (Bergson).
Técnico: Tiago Nunes.
Junior Barranquilla: Sebástian Viera; Piedrahita, Jefferson Gómez (Jonathan Ávila), Rafael Pérez e Fuentes; Narváez, James Sánchez (Yony González), Cantillo e Jarlan Barrera (Daniel Moreno); Teo Gutiérrez e Luis Díaz.
Técnico: Julio Comesaña.
Gols: Pablo (CAP) aos 26′ do primeiro tempo e Teo Gutiérrez (JUN) aos 12′ do segundo tempo.
Cartões amarelos: Jonathan e Wellington (CAP); Piedrahita, Jefferson Gómez, Yony González e Narváez (JUN).