Realmente não sei o que acontece com o ser humano. Digo isso porque trabalhei na posse dos deputados na Assembleia legislativa do Paraná, durante a tarde dessa sexta feira (1).
Participei de parte da solenidade, num calor insuportável; entrevistei alguns parlamentares numa boa. Mas o meu foco estava direcionado ao estreante Rodrigo Estacho, aquele humorista que conseguiu 43 mil votos numa popularidade que somente as redes sociais proporcionam.
Confesso que já tinha tentado outras vezes, porém, sem êxito. Mas acreditava que indo ao seu gabinete seria possível a oportunidade de contar a sua história, saber quais são os seus projetos para o município de Turvo, Guarapuava e outros municípios da região. Pensava que o jovem do interior tinha muita história pra contar e que poderia inspirar, servir como exemplo a outras pessoas. Porém, acho que me enganei.
Depois de passar pelo gabinete da deputada Cristina Silvestri, fui até o quinto andar à procura de Estacho. Ele atendia solicitações de fotos no corredor.
Cheguei a confundí-lo com uma criança, por causa da sua estatura. Ele é bem baixinho. Respeitei o seu tempo e ouvi comentários de um dos seus eleitores fãs.
“Nossa! O cara é bom mesmo. Fez 43 mil votos só fazendo piada na internet. Você viu aquela do fusca?”, me perguntou um deles, eufórico por ter conseguido uma foto com o ídolo.
Quando a sessão fotográfica acabou, cheguei até ele pedi cinco minutos para que pudéssemos conversar.
Para minha surpresa, ele apressou o passo e disse que estava com familiares. O segui até o gabinete na tentativa de falar com a sua assessoria.
Um jovem me atendeu com educação, foi até o Estacho e voltou dizendo que ele não falaria.
Enquanto eu respondia perguntas de uma senhora sobre quem eu era, voltou outro senhor que de peito estufado, voz ríspida e autoritária, perguntou se eu havia agendado entrevista com a assessoria do deputado.
Como se o gabinete até então estava fechado? Se o presidente da Assembleia, o governador, outros deputados atendem a imprensa mesmo sendo no corredor, por que agendaria uma entrevista no dia da posse? Tudo bem, até pode ser norma do deputado estreante, mas a grosseria desse senhor chamou a atenção.
Mandou que retornasse na segunda feira, após verificar a agenda do deputado e a disponibilidade dele em falar. Se é que tem algo a comentar.
Afinal, um homem público que foge da imprensa, algum motivo deve ter. Esse “assessor” só faltou me pegar pelo braço e me jogar porta afora.
Confesso que fiquei indignada pela atitude grosseira, pelo despreparo do tal assessor.
Quanto à recusa do nobre deputado, como disse um parlamentar de alto escalão, ao saber do fato, ele, o Estacho, não atendeu nem o convite do governador para uma reunião com a bancada governista.
E quem sabe eu não esteja a altura da sua arte popular, dos seus projetos políticos. Bem, isso só o tempo dirá.
O fato é que o nobre deputado confundiu as estreias e no dia da posse como representante do povo, ele deu o seu próprio show. O Rodrigo, seguido pela sua assessoria, Estachow!
Texto Jornalista Cristina Esteche Rede sul