Você sabe qual a diferença entre um historiador e um professor de História? De acordo com o pesquisador Joan Pagès Blanch, da Universidade Autônoma de Barcelona, os professores de História tem uma responsabilidade direta com o exercício da cidadania. “O historiador, a princípio, tem como objetivo investigar o passado e o didata de história tem como objetivo construir um conhecimento escolar para que se chegue à cidadania. Eu acredito que o historiador tem a obrigação de converter o saber histórico em um saber que possa ser utilizado para a cidadania, para entender o mundo em que vive e tomar decisões“, explica.
Em uma visita ao Brasil, o professor Pagès trouxe alguns conhecimentos da Espanha para compartilhar durante a abertura do I Colóquio de Educação Histórica, realizado no campus Irati da Unicentro. O evento foi organizado pela graduação e pós-graduação em História com o intuito de valorizar a importância do ensino da disciplina na formação de cidadãos. “O historiador, estando em sala de aula ou não, tem que ter essa formação porque a história pode e deve trazer orientação para a população, orientação temporal, de conhecimento da sua história. Então, é fundamental a temática do ensino de história”, defende o coordenador do Colóquio e professor da Unicentro, Geyso Germinari.
E a fala do professor Pagès, durante o Colóquio, foi nesse mesmo sentido. Ele abordou o papel da escola frente aos desafios da democracia no contexto mundial. “Somos capazes de gerar situações para que os jovens saibam o pensamento histórico – seja para analisar as causas e as consequências, seja para trabalhar as fontes históricas, seja para argumentar e tentar compreender de maneira empática porque, em determinados momentos, aconteceu o que aconteceu e, quem sabe, encontrar um pensamento histórico que lhes permita entender seu mundo e tomar decisões com conhecimentos de causa”.
De acordo com o coordenador do Colóquio, a vinda do professor espanhol para falar sobre Educação Histórica na Unicentro amplia as possibilidades de intercambiar saberes, principal objetivo do evento.“Isso também envolve uma globalização da ciência. Nós temos muito a aprender com as experiências e o ensino de história dos espanhóis, dos portugueses, dos ingleses. Então, esse processo é fundamental para a nossa universidade, um processo de inserção nessa globalização do conhecimento que nós vivemos na atualidade”, comenta Geyso.
Conhecimento que, segundo o professor Pagès, pode ser apropriado por diferentes nações no aperfeiçoamento de seus sistemas educacionais, desde que seja adaptado à realidade de cada país. “A educação é um forte componente social de expectativas às famílias e, neste sentido, qualquer elemento que se esteja pesquisando ou ensinando em qualquer lugar do mundo pode ser facilmente adaptável, evidentemente que, sem aplicá-lo mecanicamente, mas adaptando-o a qualquer realidade”.
O I Colóquio em Educação Histórica terá também outras atividades nos próximos dias. Ainda em maio, professores convidados da UEPG, que é a Universidade Estadual de Ponta Grossa, farão parte de uma mesa-redonda sobre o lugar da História na atualidade. Em junho, outra mesa-redonda, desta vez com professoras da Unicentro, vai abordar o livro didático no ensino de História. Haverá ainda uma palestra de encerramento, no final de junho, com a professora Maria Auxiliadora Schmidt, da Universidade Federal do Paraná, a UFPR
Fonte: Assessoria Unicentro