Apesar da crise econômica nacional e de perdas na safra de soja, principal commodity do Paraná, o Estado atraiu até maio R$ 12,5 bilhões em investimentos privados e abriu 105.130 empresas, com saldo positivo de 8,4 mil novos negócios em relação ao mesmo período de 2018. Com o programa de incentivos do Estado, o governador Carlos Massa Ratinho Junior projeta a atração de R$ 20 bilhões em empreendimentos até o final deste ano.
O governador destaca que o País ainda enfrenta desafios em relação ao otimismo dos investidores e estagnação da economia, mas o Paraná lidera um processo para gerar novos empregos, reorganizar a infraestrutura rodoviária e aérea, com um novo pacote de concessões, e para abrir possibilidades de incremento da produção com base no fomento à tecnologia no campo e nas indústrias. “O Poder Público tem que colaborar com o setor produtivo, buscando a modernização. Nós incentivamos os investidores, repactuamos as contas públicas e estamos preparando um Paraná para os próximos dez anos”, afirmou o governador.
Além da programação de ampliar a produção no campo, a capacidade logística e o uso de tecnologia, o Estado também reorganizou a máquina pública com a reforma administrativa, que enxugou o número de secretarias e cargos, e revisão e renegociação de contratos, com economia anual estimada de pelo menos R$ 85 milhões. “Nosso foco não é apenas economizar, mas aumentar a eficiência. Estamos adotando esse ritmo no Governo, para dar respostas rápidas e priorizar aquilo que mais interessa, que é o desenvolvimento sustentável e a geração de emprego e renda no Paraná”, emendou.
INVESTIMENTOS – Os R$ 12,5 bilhões prospectados pelo Estado significam crescimento de mais de 500% em relação a tudo que entrou via Agência Paraná Desenvolvimento (APD) em 2018, em torno de R$ 1,99 bilhão. Esse valor foi puxado pelo investimento anunciado pela Klabin em Ortigueira, na casa de R$ 9,1 bilhões, maior anúncio de expansão da América Latina neste ano, e do Grupo Madero, em torno de R$ 600 milhões.
Ambos já passaram pelas três etapas de aprovação dentro do órgão, que consistem em intenção, proposta e confirmação do protocolo – num segundo momento, os processos são encaminhados para a Secretaria da Fazenda para a formalização dos incentivos fiscais.
Para o próximo ciclo, os principais objetivos da APD são a inserção do setor de turismo nas estratégias de prospecção e desenvolvimento e apoio ao aumento da competitividade dos municípios. O órgão também planeja apoiar o desenvolvimento das cadeias produtivas para aumentar o valor agregado dos produtos e focar na desburocratização por meio da facilitação de processos para maior ganho de produtividade.
Abertura de empresas supera em 10% o ano passado
Em relação a abertura de negócios, são 105.130 novas empresas registradas entre janeiro e maio, contra 96.665 do mesmo período do ano passado, aumento de quase 10%. Os números englobam os pedidos da Junta Comercial do Paraná e aqueles registrados diretamente em cartório.
Maio, inclusive, foi o melhor mês do ano, com 23.919 novos negócios. Nos cinco primeiros meses, apenas em abril de 2019 o número foi inferior ao ano passado, e por uma diferença de 136 empresas.
Se contados apenas os dados da Junta Comercial, os números também são positivos, com abertura de 76.537 novos negócios, contra 74.606 entre janeiro e maio do ano passado. Sociedades empresárias limitadas, empresas individuais e Eirelis (Empresa Individual de Responsabilidade Limitada) puxaram a fila dos empregos.
Na avaliação do presidente da Junta, Marcos Sebastião Rigoni de Mello, o desempenho positivo reflete a confiança do empresariado na retomada da economia paranaense em ritmo mais forte que o nacional. E também a agilidade da regulamentação, mesmo num momento de transição, e a digitalização dos processos.
“Assumimos com 2 mil processos na fila e esse número saltou para 4,5 mil em um mês. Mas no final de março zeramos o estoque. Hoje é de um dia para o outro, com alguns casos de empresas abertas em 12 ou 4,3 minutos”, comentou. Rigoni de Mello explicou que o Governo Federal instaurou novos processos de autentificação e possibilidade de sociedade unipessoal, o que impõe novos treinamentos, mas que todos os processos serão online até o fim do ano.
Ele alerta, porém, da necessidade de estabelecer uma agenda nacional de desenvolvimento. “Tivemos uma evolução nesses meses, mas esperamos aumentar a confiança do empresariado com a aprovação das reformas tributária e previdenciária”, emendou.
Estado ocupa quarta posição em criação de emprego
O Paraná fechou os 120 primeiros dias do ano como o quarto Estado que mais contratou, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Com 8.464 novos empregos, o Paraná também foi o terceiro estado do País que mais gerou vagas nos pequenos negócios no mês de abril, segundo levantamento do Sebrae, baseado nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia.
PARANÁ DAY – Para impulsionar ainda mais os negócios, o Paraná já promoveu dois encontros entre empresários, investidores, embaixadores e adidos comerciais em Curitiba e em Brasília. Nesses encontros, os diretores e presidentes de Copel, Sanepar, Compagas, BRDE, Paraná Desenvolvimento, Fomento Paraná, Celepar, Tecpar, Fundação Araucária e autarquias do agronegócio apresentam os seus planejamentos e objetivos para facilitar parcerias com intuito de promover investimentos e a geração de empregos no Estado. A próxima edição, em julho, será nos Estados Unidos.
Governo tem novas iniciativas para gerar de empregos
O Governo do Estado desenvolve três novos programas para seguir na escalada da abertura de postos de trabalho. O Paraná mais Empregos quer levar oportunidades para as 50 cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Nesses municípios haverá subsídio de energia e juros com taxas mais baixas, via Fomento Paraná ou Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), para investimento, criando bolsões de emprego.
Outro ponto mira o apoio ao empreendedorismo feminino, com linhas de crédito facilitadas por meio da Paraná Fomento para mulheres que querem iniciar ou ampliar atividades e negócios. A terceira iniciativa, o Banco do Agricultor Paranaense, consiste em uma linha de financiamento, também com recursos do BRDE e da Fomento Paraná, que apoie a inovação e sustentabilidade na agricultura e o desenvolvimento tecnológico em micro, pequenas e médias empresas inovadoras.
Fonte: AENPR