Foto: Rui Santos/Paraná
Dentro do Z-4 da Série B, o Paraná Clube entra em 2021 para um mês desafiador. Janeiro é quando a o campeonato se define, e o time paranaense tem mais sete rodadas para evitar um rebaixamento inédito em sua história e não piorar ainda mais a sua combalida situação financeira. As chances de rebaixamento são de 72%, de acordo com o site Infobola, do matemático Tristão Garcia.
O Tricolor é o antepenúltimo colocado, com 32 pontos, e está três pontos abaixo do Figueirense, primeiro time fora do grupo, que cai para a Série C, competição disputada pelo clube apenas em 1990, quando o Paraná estava na campanha de acesso para a Série B
O futuro depende dos próximos jogos: Botafogo-SP (casa), Náutico (fora), CSA (casa), Sampaio Corrêa (fora), Cuiabá (casa), Oeste (fora) e Cruzeiro (casa). Para escapar do rebaixamento, o Paraná do técnico Gilmar Dal Pozzo precisa de 13 dos 21 pontos possíveis até o fim da competição para chegar a 45 pontos, pontuação média que garante a permanência: quatro vitórias e um empate.
A terceira divisão só foi disputada pelo Paraná há 20 anos, um ano depois de sua fundação, em 1989. A equipe paranista foi eliminada na semifinal, terminou na terceira colocação e subiu para a segunda divisão. Naquela edição, os quatro semifinalistas estariam promovidos, mas depois a CBF resolveu aumentar o número de participantes de 24 para 64 na Série B de 1991 e não realizou a Série C no ano seguinte.
É bem verdade que essa não é a única vez que o Tricolor esteve próximo de retornar para a Série C. O time paranista também flertou com a queda em 2008 (11º), 2011 (13º), 2015 (13º) e 2016 (15º).
Um possível rebaixamento ainda refletiria nos cofres paranistas, pois reduz a visibilidade do clube. Há mais de um ano que o presidente Leonardo Oliveira tenta buscar algum tipo de investidor ou parceria para assumir o departamento de futebol por conta da falta de recursos. Algumas negociações chegaram a avançar, mas nenhuma se concretizou.
O clube até diminuiu o período de salários atrasados de anos anteriores, mas seguiu convivendo com débitos com a comissão técnica, atletas e funcionários em 2020. No atual momento há pendências.
Sem o dinheiro da cota de televisão da Série B, o Paraná teria apenas a premiação de possíveis avanços de fase da Copa do Brasil deste ano para ter um fôlego financeiro. Sem jogos com torcida, a bilheteria está zerada e houve uma queda significativa no número de associados. Sobram apenas valores com patrocínio e eventuais vendas de atletas.
Internamente, uma queda de divisão é tratada como um “desastre completo”. Existe um temor que, se o rebaixamento se concretizar e o time não retornar rapidamente para a Série B, o clube ficará completamente inviável – a dívida está próxima de R$ 130 milhões. No fim deste ano, vale lembrar, terá eleições.
Com 32 pontos e na 18ª posição, o próximo compromisso do Paraná será contra o Botafogo-SP. O jogo da 32ª rodada da Série B está marcado para segunda-feira, às 17h, na Vila Capanema.
Reta final do Paraná Clube
Fonte: GEPR