Os animais silvestres resgatados em Guarapuava e região, pela Polícia Ambiental, são levados, como procedimento de rotina, ao Cafs, que é o Centro de Atendimento à Fauna Silvestre da Unicentro, localizado no câmpus Cedeteg e vinculado ao Departamento de Medicina Veterinária.
Na última semana, quando os agentes ambientais foram chamados por uma família da cidade, porque havia uma cobra dentro da residência, a metodologia foi a mesma.
O inesperado veio na sequência. “A Polícia Ambiental regatou essa cobra cipó numa residência, aqui na área urbana de Guarapuava e ela veio para avaliação aqui no Cafs. Nesse período de avaliação, ela acabou fazendo postura”, conta o coordenador do Cafs, professor Rodrigo Martins de Souza.
A cobra, do gênero Pseudablabes, postou oito ovos. “Ela estava ovada e, com certeza, galada. Galada significa que ela cruzou com um macho e que os ovos são fecundados, são férteis.
São ovos galados, são ovos que vão gerar embrião”, explica o professor Rodrigo. Ele também destaca que os Cafs não podem reproduzir animais, mas que esse caso é diferentes porque a cobra já chegou ovada e fez a postura durante o período de atendimento e acompanhamento.
Agora, o cuidado com esses ovos também passa a ser responsabilidade do Centro de Atendimento à Fauna Silvestre. “Ela é um animal que chegou e já fez a postura. Então, nós vamos preparar um ninho para incubação desses ovos”.
Segundo o professor Rodrigo, o ninho deve buscar reproduzir as condições de desenvolvimento dos animais na natureza. Por isso, os ovos devem permanecer em um pote de barro, envoltos em areia úmida.
O período de incubação da espécie é de três meses. “Depois, quando nascerem esses filhotes, a gente pretende soltá-los”, relata Rodrigo. A soltura deve ser o destino também da cobra mãe, só que bem mais cedo, já nessa semana que inicia. “A mãe está bem, passou por avaliação e ela pode ser solta”.