O governo brasileiro atualizou o posicionamento do país em fóruns e mecanismos internacionais que tratam da pauta das mulheres e decidiu se desligar da Declaração do Consenso de Genebra sobre Saúde da Mulher e Fortalecimento da Família.
O Brasil considera que o documento contém entendimento limitado em relação aos direitos sexuais e reprodutivos e do conceito de família, o que pode comprometer a plena implementação da legislação nacional sobre a matéria, incluídos princípios do SUS, Sistema Único de Saúde.
Em nota do Ministério das Relações Exteriores, o governo reforçou seu compromisso com a saúde da mulher, em linha com o que dispõem a legislação nacional e as políticas sanitárias em vigor, e também o respeito às diferentes configurações familiares.
Outra decisão foi a adesão ao Compromisso de Santiago, instrumento regional para responder à crise de COVID-19 com igualdade de gênero, adotado em janeiro de 2020, durante a 14ª Conferência Regional sobre a Situação da Mulher da América Latina e do Caribe.
O país também se associou à Declaração do Panamá, aprovada pela 39ª Assembleia de Delegadas da Comissão Interamericana de Mulheres da OEA, em maio do ano passado. O documento estabelece as bases para um novo pacto social e econômico gerido por mulheres.
Segundo o Itamaraty, o Compromisso de Santiago e a Declaração do Panamá estão alinhados com a legislação brasileira, em particular no que diz respeito à promoção da igualdade e da equidade de gênero, à participação política das mulheres, ao combate a todas as formas de violência e discriminação, bem como aos direitos sexuais e reprodutivos.
Ambas as decisões foram comunicadas nesta terça-feira (17) aos secretariados da Cepal, Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, e da Comissão Interamericana de Mulheres da Organização dos Estados Americanos