O desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) melhor que o esperado no primeiro trimestre e a expectativa de queda na taxa de juros levaram o Ministério da Fazenda a elevar sua projeção para o crescimento da economia em 2023, de 1,9% para 2,5%.
As estimativas para a inflação no ano também melhoraram, na esteira da redução de preços de combustíveis, reajustes menores em planos de saúde e desaceleração de preços já observada nos primeiros seis meses. A previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) caiu de 5,58% para 4,85%.
Os novos números foram divulgados nesta quarta-feira (19) pela SPE (Secretaria de Política Econômica) e mostram alguma proximidade com as projeções do mercado. O Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (17) pelo Banco Central, indica que a expectativa dos agentes é de uma alta de 2,24% no PIB e de um avanço de 4,95% na inflação este ano.
Em entrevista à Folha, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já havia antecipado que as projeções de PIB teriam uma melhora em julho e que o desempenho nos três primeiros meses do ano seria um fator de influência relevante. “Se o país crescer zero nos outros três trimestres, ainda assim o crescimento ao final do ano vai aparecer em 2,4%”, disse.
No cenário de inflação, a expectativa é que o IPCA encerre 2024 com uma alta de 3,3%.
O Boletim Macrofiscal, com a revisão das principais projeções para a economia brasileira, é divulgado a cada dois meses pela SPE. Na revisão anterior, feita em maio, o governo já havia elevado a projeção de crescimento da economia de 1,6% para 1,9% neste ano.
Além de sinalizar as expectativas do governo para a economia neste ano, os parâmetros divulgados pela SPE são importantes balizadores para a avaliação e execução do Orçamento.
O maior crescimento tende a impactar de forma positiva as estimativas de receitas e ajudar na redução do déficit, que foi estimado em R$ 136,2 bilhões em maio. A inflação menor, por sua vez, puxa para baixo a arrecadação em termos nominais, mas também alivia a pressão sobre despesas corrigidas pelo índice de preços.
Fonte: Banda B