Todas as ações ordinárias do Governo do Paraná na Companhia Paranaense de Energia (Copel) foram reservadas por investidores na Bolsa de Valores de São Paulo nesta terça-feira (8).
Na prática, isto significa que o processo de desestatização da Copel foi concluído, e o Estado parou de ser o acionista controlador da empresa. O governo deve arrecadar R$ 4,5 bilhões com a venda.
O valor fixado das ações, segundo a Copel, será de R$ 8,25.
Pelo primeiro calendário da companhia, a negociação das ações na Bolsa ficou marcada para quinta-feira (10), e a liquidação na sexta (11) – data que os investidores terão para realizar os pagamentos
Pela lei, todo o valor recebido pela venda deve ser aplicado, obrigatoriamente, em investimentos.
Para desestatização, a Copel anunciou 549 milhões de ações ordinárias, sendo 319.285.000 do Estado do Paraná e 229.886.000 ações emitidas pela própria empresa.
Pelo projeto que autorizou a venda, aprovado no fim 2022, o governo poderia manter pelo menos 15% das ações. Antes disso, o Paraná era o maior acionista, com 31,1% de participação no capital social.
Na segunda-feira (7), o conselheiro Maurício Requião, do Tribunal de Contas do Paraná (TCE-PR), tentou barrar o processo de venda temporariamente, mas teve decisão liminar derrubada pela presidência do órgão.
Quando o processo de venda da Copel foi anunciado, o Governo do Paraná disse que as mudanças não impactarão na tarifa, “porque esse controle é definido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)”.
Em 2022, deputados estaduais aprovaram a venda parcial da companhia, um projeto do Governo do Paraná. Na época, os parlamentares de oposição argumentavam que a proposta era uma forma velada de privatização. O Estado sempre negou.