A invenção
Processo inovador já recebeu destaque da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas.
A patente refere-se a um processo de obtenção de argilas esmectitas – designação dada nas aplicações industriais e comerciais a uma mistura de minerais de argila – saturadas ou modificadas com íons férricos.
Em palavras simples, essa tecnologia envolve a preparação de uma argila especial, capaz de atrair e prender corantes indesejados presentes em águas residuais industriais.
“Foram pegas argilas comuns e feita a modificação química dela com óxido de ferro. Em seguida, utilizou-se essa argila modificada para fazer tratamento de água com corantes, em especial da indústria têxtil e de alimentos.
Essa argila, após o processo de tratamento da água, fica com a cor do pigmento daquela água que foi tratada e clarificada, e esses pigmentos foram utilizados para a pintura de bloquinhos.
Ou seja, essa cor poluente foi reutilizada, de modo que a poluição não fosse retirada da água e fosse jogada em outro local”, relata o professor.
A tecnologia patenteada tem o potencial de beneficiar tanto o meio ambiente quanto as indústrias, proporcionando uma maneira eficiente de tratar águas residuais contaminadas por corantes.
Segundo o docente da Unicentro, o tratamento pode garantir novamente a potabilidade da água. “A primeira parte do processo é retirar ao máximo as cores da água e, após essa clarificação, é feito um segundo processo de devolvê-la ao rio, podendo ser tratada e potabilizada para consumo”, conta.
Reconhecimento da invenção
No dia 5 de março de 2024, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi) reconheceu o ineditismo do processo elaborado pelo professor Fauze e seu orientando Itamar, concedendo-lhes a Patente de Invenção, com validade de 20 anos. “É satisfatório como orientador obter esse resultado, pois o desenvolvimento de material para tratamento de água é uma das principais linhas de pesquisa aqui dos nossos laboratórios de química da Unicentro.
Nós produzimos conhecimento e uma das formas de divulgação desse conhecimento é registrando esse direito autoral de invenções, tanto para os autores como para a universidade.
Além dessa patente reconhecida, em 2018 nós já havíamos recebido uma premiação, ficamos com o segundo lugar no prêmio da Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati) pelo desenvolvimento desse processo”, declarou Fauze.
Por José Guilherme de Lima Branco, com supervisão de Giovani Ciquelero