Uma ideia desenvolvida por alunos da Escola Estadual Dr. Sebastião Paraná, de Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro, está dando voz à comunidade escolar e ajudando a turma da cozinha a entender melhor as preferências da moçada na hora de servir refeições no colégio. No ar desde o dia 6 de maio, a plataforma tecnológica, ainda em projeto-piloto, foi batizada “Fominha App”, e permite aos estudantes escolherem e avaliarem diariamente o cardápio da alimentação escolar.
A ferramenta foi concebida por alunos da 3ª série do Ensino Médio, tudo sob orientação do professor Kheronn Khennedy Machado, dos componentes curriculares Desenvolvimento de Sistemas, Programação, Robótica e Pensamento Computacional. “O projeto surgiu como forma de participação dos alunos no concurso Agrinho, nas categorias Agrinho Programação, Agrinho Robótica e Desafio Liga Jovem, porém acabou sendo adiada na época e retomada agora neste ano”, conta o docente.
“A ideia é coletar feedbacks construtivos sobre as refeições servidas, ajudando a melhorar a variedade das opções oferecidas. A hora da refeição já é a favorita dos alunos enquanto estão na escola. Portanto, valorizar ainda mais esse momento, dando voz às suas preferências, torna tudo ainda mais satisfatório”, reforça o professor.
PASSO A PASSO – Intuitiva, a ferramenta é de fácil interação, funcionando de forma semelhante às redes sociais, nas quais o usuário aciona o “joinha” para demonstrar o que “curtiu”. “A diferença é que, como se trata de um aplicativo de avaliação das refeições, os alunos também disponibilizaram o botão de ‘dislike’, para quando não curtirem tanto o cardápio do dia”, revela o professor.
Nesta etapa inicial, ainda em fase de testes, a ferramenta está disponível para uso exclusivo dos alunos do colégio que, com telefone celular, acionam lendo um QR Code fixado numa das paredes da escola. No primeiro acesso, os usuários são direcionados para uma página na qual recebem um login institucional.
Na página principal, atualizada diariamente, são exibidas as fotografias dos pratos do dia, submetidas então à avaliação dos alunos. Após as refeições, da mesma forma, os estudantes também têm a chance de avaliar a refeição servida. Segundo Kheronn, a ferramenta já contabiliza acesso regular de 150 alunos que, todos os dias, se conectam ao sistema.
GRANDE ESCALA – De acordo com os criadores, a plataforma foi desenvolvida para uso em grande escala, o que vai permitir que outras escolas a utilizem. No entanto, para que outras instituições de ensino implementem o “Fominha App”, alguns critérios precisam ser estabelecidos, como, por exemplo, definir quem será responsável pela manutenção do cardápio.
Uma das integrantes da equipe, Geovana Beatriz Domingos, de 16 anos, explica que há um clima de empolgação entre os desenvolvedores do app, que dedicam parte do seu tempo ao trabalho e adiantam: num futuro próximo, pretendem aperfeiçoar o modelo.
“O Fominha App é um projeto bem simples de se entender, por mais que a sua causa seja algo mais complexo. Quando a gente pensou em inserir o Fominha nas escolas, optamos por algo intuitivo, de interação, e o Sebastião Paraná é a escola-piloto. Queremos expandir a ideia”, diz.
“Futuramente, quando o número de interações começar a se igualar ao número de pratos feitos no dia, as cozinheiras vão poder usar isso como base na quantidade de comida que elas vão preparar, o que será importante para reduzir o desperdício de comida nas escolas e tornar as refeições mais democráticas e saborosas”, conclui.
Foto: Arquivo pessoal