Pesquisadores da Unicentro e Unesp estudam “efeitos de borda” em vespas e abelhas

24 de maio de 2024 às 09:55

Uma pesquisa conduzida entre docentes e acadêmicos da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro (SP), está ajudando a mapear os “efeitos de borda” sobre vespas e abelhas. O estudo visa fornecer bases científicas para práticas agrícolas mais sustentáveis e eficazes.

Os “efeitos de borda” são as mudanças que ocorrem nas comunidades de plantas e animais nas áreas de transição entre diferentes ecossistemas, como florestas e áreas agrícolas.

Desde 2018, a equipe de pesquisadores, liderada pela professora Maria Luísa Tunes Buschini e composta por acadêmicos do Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva da Unicentro, egressos da Unicentro e que agora cursam doutorado na Unesp, além de pesquisadores e docentes da universidade paulista, realiza extensas observações e coletas de dados.

A pesquisa tenta entender como as mudanças nos ambientes, que são causadas pela ação humana, podem afetar a ocorrência de importantes espécies de vespas e abelhas solitárias. “Essas espécies de animais são muito sensíveis a essas alterações da paisagem, principalmente quando ocorre a conversão de áreas naturais, tal como as florestas, em plantações e/ou pastagens”, explica Maria Luísa, supervisora do estudo.

“Nesse processo, o limite desses ambientes naturais, também chamado de borda, pode afetar a distribuição e ocorrência das espécies”, complementa.

Para a coordenadora do Laboratório de Biologia e Ecologia de Abelhas e Vespas da Unicentro, pesquisas na área são essenciais para entender o que pode influenciar na distribuição e ocorrências das espécies, assim como das funções que elas desempenham. “Como vespas e abelhas participam de importantes serviços ecossistêmicos, direta e indiretamente, essa pesquisa pode ajudar a planejar como podemos melhorar a organização das nossas paisagens, garantindo não só a presença das espécies, mas também de suas funções”, afirma Maria Luísa.

“Isso acarreta inúmeras consequências, não só para a conservação das espécies, mas também para uma maior produtividade e qualidade de alimentos de produtores rurais”, acrescenta.

Os resultados preliminares indicam que as bordas dos ecossistemas exercem uma influência significativa sobre a distribuição e o comportamento de vespas e abelhas.

As espécies de vespas que são caçadoras de lagartas aparecem em maior quantidade quando estão mais próximas dessa borda entre ambientes. Por outro lado, a quantidade de abelhas diminui quanto mais próximo desse limite, aumentando dentro de ambientes florestais e em áreas abertas.

“Quando olhamos apenas para as espécies de vespas que caçam baratas, a resposta foi oposta, ou seja, esses animais ocorrem em maior quantidade no centro de áreas florestais.

Um padrão muito interessante encontrado no estudo foi que todas as espécies precisam estar a pelo menos 100 metros de uma borda florestal para ocorrerem em maior quantidade e conseguirem desempenhar suas funções ecológicas”, destaca a professora.

Abelhas e vespas desempenham papéis vitais no ecossistema e entender seus padrões ajuda no planejamento dos recursos naturais.

Vespas e abelhas são animais que ajudam a manter a biodiversidade e a economia mundial. “Esses animais desempenham o que chamamos de serviços ecossistêmicos, que são benefícios que os animais e ecossistemas desempenham para o bem-estar humano. As vespas podem ser muito importantes no controle populacional de outras espécies de insetos, inclusive ‘pragas’ agrícolas.

Já as abelhas são as principais polinizadoras das plantas com flores, sendo muito importante para a produção de comida mundial”, diz a pesquisadora.

A equipe que integra o estudo segue desenvolvendo pesquisas nesta e em outras áreas correlacionadas, fornecendo bases científicas e buscando contribuir para a sustentabilidade. “Agora que entendemos o efeito da distância da borda sobre esses animais, podemos nos aprofundar no efeito disso sobre a qualidade e produtividade das áreas rurais e, assim, ligar o conhecimento que está sendo gerado dentro da academia com a necessidade de gerenciamento ambiental para a produção de comida”, afirma Maria Luísa.

“Muito trabalho ainda tem a ser feito, mas é assim que a ciência funciona, uma junção de vários conhecimentos que vão sendo acumulados ao longo do tempo até que tenhamos uma boa resposta que auxilie a formarmos uma sociedade mais sustentável para todos”, arremata a docente.

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