A Secretaria da Saúde do Paraná iniciou nesta terça-feira (4) uma capacitação para a Região Sul do País para qualificar e atualizar profissionais da área sobre manejo clínico e cuidado integral no Sistema Único de Saúde às pessoas que vivem com HIV/Aids. O evento tem a parceria do Ministério da Saúde e segue até esta quarta-feira (5).
A capacitação é ministrada por especialistas das áreas de epidemiologia e infectologia, com a participação de profissionais do Serviço de Assistência Especializada e do Centro de Testagem e de Aconselhamento em Infecções Sexualmente Transmissíveis de hospitais universitários e de vigilância epidemiológica das 22 Regionais de Saúde. Onze técnicos da saúde de Santa Catarina representam o estado nesta iniciativa.
De 2007 até junho de 2023, foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 489.594 casos de infecção pelo HIV no Brasil, sendo 93.399 (19,1%) na Região Sul.
No Paraná somente em 2022 foram notificados 941 casos de Aids, 558 óbitos pela doença e 2.261 casos de HIV. Levando em consideração a série histórica de 2007 a 2022, houve uma queda na taxa de detecção de Aids e uma estabilidade nas taxas de detecção do HIV no Estado.
“Os casos de infecção por Aids no Brasil e no Paraná requerem atenção. Este encontro discute os dados epidemiológicos e atualiza todos os protocolos que são colocados em prática no atendimento e essas pessoas”, explicou a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde da Sesa, Maria Goretti David Lopes. “Avançar na prevenção, especialmente no cuidado integral, é a nossa prioridade”, enfatizou.
A diretora lamentou a ausência dos profissionais do Rio Grande do Sul, que não puderam participar por causa da situação em que se encontra aquele estado devido às chuvas. “Estamos sentindo a falta dos colegas gaúchos. Com certeza terão outra oportunidade de participar da oficina para que possam ficar mais seguros e capacitados para atender de forma oportuna e qualificada os pacientes.”
ATUALIZAÇÃO – Dentre os assuntos em pauta estão modificações realizadas no Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas (PCDT) do Ministério da Saúde e a importância da doença no âmbito do SUS. Em novembro de 2023, o Ministério da Saúde publicou uma nova versão do PCDT para manejo do HIV em adultos. O documento orientou o cuidado e tratamento disponível no SUS e dividiu em três módulos, para facilitar a consulta por pacientes e profissionais de saúde.
Essa mudança incluiu novas opções de Terapia Antirretroviral para controlar a infecção pelo HIV, além de novos testes diagnósticos. Outra novidade foi a mudança no texto do documento que, pela primeira vez, destaca que pessoas que vivem com HIV/Aids com a carga viral indetectável não apresentam risco de transmitir o vírus por via sexual. Também foi incluída a recomendação de que o tratamento antirretroviral seja iniciado no mesmo dia ou, no máximo, até sete dias após o diagnóstico.
A atualização preconiza, ainda, o rastreio da tuberculose em todas as consultas. Também inclui o diagnóstico precoce com a utilização do teste rápido, incorporado em 2021, para rastreio e diagnóstico da tuberculose pulmonar e extrapulmonar nas pessoas que vivem com HIV ou Aids.
“O Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas é a recomendação nacional para o manejo da infecção pelo HIV em adultos e visa contribuir para a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV/Aids”, disse a coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Sesa, Acácia Nasr. Segundo ela, o protocolo também contribui para o cumprimento dos compromissos do País com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – 2015-2030 (ODS) das Nações Unidas.