Com investimento de R$ 23,5 milhões, Estado lança Rede de Clubes de Ciência

4 de julho de 2024 às 15:45

O Governo do Estado, por meio da Fundação Araucária e secretarias da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) e da Educação (Seed), lançou nesta quinta-feira (4) a Rede Clubes de Ciência. A iniciativa é um dos projetos do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (Napi) Paraná Faz Ciência, que tem como objetivo a criação deste clubes em escolas de educação básica da rede estadual de ensino. O projeto terá um investimento de R$ 23,5 milhões.

O presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig, destacou a importância do incentivo ao gosto e valorização da ciência desde a formação das crianças. “A formação dos cientistas precisa começar na infância, desde a educação básica, porque leva tempo para que eles amadureçam. É um início e eu espero que mais escolas possam ter os seus clubes de ciência e que possamos ter, não somente os 23 mil doutores que temos hoje no Paraná, mas chegar em 2035 em torno de 40 mil doutores”, afirmou.

A Rede de Clubes vai implementar ações que ajudem a consolidar conceitos científicos tratados em sala de aula. “A iniciação científica na educação é fundamental para estimular a curiosidade e a inovação entre nossos estudantes, ao mesmo tempo em que valoriza e capacita nossos professores, proporcionando-lhes suporte e reconhecimento essenciais para o desenvolvimento de uma educação de excelência”, disse o secretário estadual de Educação, Roni Miranda.

A meta é contribuir com a formação pessoal e social dos participantes, ajudando a fazerem escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum. Nessa dinâmica, o protagonismo do estudante é incentivado, assim como há o aprimoramento das práticas docentes.

Segundo Débora Sant’ Ana, uma das articuladoras do Napi Paraná Faz Ciência e professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a ideia é a construção de ambientes onde os estudantes possam mergulhar no contexto científico e tecnológico, aproximando a ciência da vida cotidiana. “A proposta quer proporcionar a crianças e adolescentes um novo olhar sobre o mundo que os cerca, trazendo o pertencimento ao mundo da ciência”, disse.

INTERAÇÃO – Um fator de destaque no caminho da execução das ações da Rede de Clubes Paraná Faz Ciência é a articulação das escolas de Educação Básica com centros de desenvolvimento de pesquisa, conceito inspirado na Rede Ciência Viva de Portugal, que atualmente envolve cerca de 900 clubes e mais de 700 mil estudantes organizados em uma rede nacional.

Inspirada no modelo português, mas com características e identidade próprias, a rede no Paraná tem como atores, além da Fundação Araucária e a Seti, as escolas públicas vinculadas à Seed-PR, as Instituições de Ensino Superior (IES) e as demais instituições integrantes do Napi Paraná Faz Ciência.

CLUBES – Os clubes vão se constituir como novos espaços de trabalho colaborativo, amplificando a alfabetização científica e tecnológica dos estudantes das escolas da rede estadual e habilitando esses jovens para desenvolver a ampla cidadania. Assim, outro ponto importante do projeto é a possibilidade de ajuda a ampliar as atividades consolidadas de Ciência Cidadã, propostas e executadas pelo Programa Interinstitucional de Ciência Cidadã na Escola, também vinculado ao Napi Paraná Faz Ciência.

“Os clubes partem de uma proposta de ciência mais participativa, inclusiva e com projetos validados por pesquisadores da Rede Paraná Faz Ciência para a sua execução frente à realidade escolar. Esta expertise permite que novos projetos possam ser pensados e validados em diferentes realidades locais”, acrescentou o articulador do Napi e o professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Rodrigo Reis.

O projeto-piloto prevê a criação de 200 clubes, em 2024. Serão cerca de 100 escolas de tempo integral em que o clube se integra à matriz curricular, em um total de 2 horas semanais. As demais 100 escolas serão selecionadas entre as que adotam os clubes em contraturno e, neste caso, a dedicação esperada é de 3 horas semanais.

As etapas de implementação incluem a seleção das escolas/docentes por meio de edital próprio lançado pela Seed; cadastro na plataforma da Rede Paraná Faz Ciência; formação pedagógica dos envolvidos utilizando os ambientes virtuais da Universidade Virtual do Paraná (UVPR).

Cada Clube de Ciências será constituído a partir de um regimento geral, que deve ser seguido por seus atores: coordenador, professores colaboradores e clubistas. Na dinâmica das atividades, deverá haver periodicidade nos encontros, com a carga horária de acordo com o tipo de escola associada.

Caberá às escolas o desenvolvimento das atividades previstas no plano de trabalho apresentado pela Rede Paraná Faz Ciência e das metas apontadas nos projetos elaborados para concorrer ao edital. Entre as atribuições das escolas está, ainda, a cessão do espaço físico para as atividades.

“Neste sentido, a proposta é desenvolver aspectos da prática científica, como a importância do trabalho em grupo, o senso crítico, a resolução de problemas e o processo contínuo do fazer ciência, tornando a educação científica mais significativa”, explicou Reis.

Um grupo de gestão dará sustentação às ações da Rede, apoiando o desenvolvimento de pesquisas locais, com base no reconhecimento da realidade das escolas e regiões, e a participação em feiras de ciências com a apresentação de resultados obtidos em cada clube.

INSTITUIÇÕES PARCEIRAS – Participam do projeto a Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade do Norte do Paraná (UENP), Universidade Estadual do Paraná (Unespar), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste,), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) e Instituto Federal do Paraná (IFPR).

 

Foto: Fundação Araucária

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