Sericicultoras já podem se inscrever para concurso que levará produtoras à França

23 de julho de 2024 às 15:38

O Governo do Estado iniciou nesta terça-feira (23) a pré-inscrição para o Concurso Seda Paraná, que vai premiar as melhores mulheres produtoras de fio de seda do Estado. O início das inscrições foi anunciado durante o 40° Encontro Estadual de Sericicultura, que reuniu aproximadamente 1,5 mil pessoas, em Nova Esperança, na região Noroeste do Paraná, principal produtor de casulos de seda no Estado.

As duas sericultoras que tiverem a maior produção e a melhor qualidade ganharão uma viagem para Lyon, na França, para participar do Festival da Seda. Cada vencedora poderá levar um acompanhante.

“Esse concurso é de extrema importância e tem como objetivo principal reconhecer e valorizar a dedicação, capacidade e talento das nossas sericiculturas. Tenho muito respeito e admiração pelo trabalho que desenvolvem em nosso Estado”, disse a primeira-dama do Paraná, Luciana Saito Massa. “Fico muito feliz em ver esse projeto finalmente sair do papel.”

A primeira-dama é apoiadora da iniciativa, que é organizada pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná), a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e a Prefeitura de Nova Esperança.

No encontro, o secretário Natalino Avance de Souza disse que o Governo do Estado está comprometido com o fortalecimento do setor e propôs um pacto de esperança para que a sericicultura volte a ter a importância do passado. Ainda que o Paraná permaneça o principal produtor brasileiro, houve uma redução desde a década de 70/80. O Estado chegou a ter 6 mil produtores e hoje tem cerca de 1,3 mil. Também foi responsável por 20 mil hectares de amoreiras (alimentos do bicho-da seda) reduzidos hoje para 3,3 mil hectares.

“Vamos avançar, pois a seda é patrimônio do Paraná, vamos fazer deste encontro um marco de recuperação”, afirmou o secretário. “Precisamos que os produtores de seda queiram, nós da Seab e do Governo do Estado, queremos ajudar a continuar sendo referência”.

O presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, disse que o órgão tem na cadeia da sericicultura um de seus principais focos de atenção. “Estamos comprometidos com entidades do setor, instituições de ensino da região e produtores para promover o aumento das tecnologias e implementar políticas agrícolas que aumentem a produtividade e a rentabilidade”, disse.

DEFESA AGROPECUÁRIA – Mesmo com indicadores positivos, a cadeia da seda no Paraná enfrenta desafios como a deriva de agrotóxicos. O governo estadual tem atuado para mitigar o problema. “É um tema sensível, mas que precisa ser vencido com a ajuda da ciência, da academia, e com diálogo, algo que é a marca deste governo”, acentuou o presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir Cesar Martins.

A deriva acontece quando há desvio das gotas de agrotóxicos durante a aplicação, fazendo com que, pela força do vento, se espalhem para além do alvo. Nesse sentido, a sericicultura está entre as culturas mais sensíveis, em razão da coexistência no mesmo ambiente de lavouras como cana-de-açúcar, soja e milho.

PRÊMIO – Haverá uma comissão responsável por julgar a produção e apontar as vencedoras. As pré-inscrições podem ser feitas nos municípios onde há entrepostos que recebem casulos. A efetivação das inscrições deverá ser feita nas unidades locais do IDR-Paraná entre 2 e 30 de setembro.

O desempenho das sericicultoras será avaliado entre 1° de setembro de 2024 e 30 de maio de 2025. A cerimônia de premiação ocorrerá em agosto de 2025 e a viagem em novembro do ano que vem.

A expectativa é fomentar e valorizar a produção da sericicultura paranaense, impulsionar o desenvolvimento econômico e social regional sustentável, dar visibilidade à qualidade da produção, movimentar novos negócios e disseminar a cultura da seda no Estado.

SEDA NO PARANÁ – O Paraná está consolidado como líder nacional na produção de casulo de bicho-da-seda, atividade exercida por pequenos produtores rurais que se dedicam à cultura como diversificação agrícola para geração de renda. O Paraná produz aproximadamente 86% da seda do Brasil, seguido por São Paulo (10%) e Mato Grosso (4%). A produção paranaense é exportada para países como França, Itália, Japão, Índia e China.

Em 2023 a sericicultura rendeu R$ 39,2 milhões, com a produção de 1,4 mil toneladas, de acordo com dados preliminares do Departamento de Economia Rural (Deral). O município de Nova Esperança, considerado capital nacional da seda, lidera a produção, com 138,8 toneladas de casulos produzidos em 277,6 hectares, que geraram um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 4,1 milhões no ano passado.

Dos 399 municípios paranaenses, 153 atuam com a sericicultura. A atividade envolve cerca de 1,3 mil produtores no Estado.

PRESENÇAS – Estiveram no evento o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Clodomir Ascari;  o diretor técnico da Seab, Benno Doetzer; o chefe do Núcleo Regional da Seab em Maringá, Jucival Pereira de Sá; a gerente regional da Adapar, Ana Paula Moser; o gerente regional do IDR-Paraná, Pedro Cecere Filho; a gerente da Câmara Técnica de Sericicultura, Gianna Maria Cirio; o coordenador de Sericicultura do IDR-Paraná, José Francisco Lopes Junior, e a presidente da empresa Bratac, Renata Amano.

PLANO SAFRA – O secretário da Agricultura e do Abastecimento e os presidentes das empresas vinculadas também participaram, na noite de segunda-feira (22), em Maringá, do anúncio do Plano Safra 2024/25 por parte do Sicredi. Serão investidos R$ 66,5 bilhões. No último ciclo foram R$ 56,9 bilhões. O Sicredi é parceiro do Estado no Banco do Agricultor Paranaense e no Trator Solidário.

 

Foto: Evandro Fadel/SEAB-PR

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