Como se despede de um rei? Talvez não haja uma despedida, de fato, mas sim o mantendo eterno em nossos corações. Não é à toa que dizem que o rádio nunca irá morrer.
Da mesma forma, ele, o “rei do rádio paranaense”, continuará eterno. É assim que encontramos a única forma de dizer que morreu, nesta segunda-feira (29), o radialista Luiz Carlos Martins, aos 75 anos.
Luiz estava internado no Hospital INC desde o começo de julho. Ele se recuperava de uma bactéria alojada na válvula mitral, descoberta após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), que sofreu em junho.
O líder da Banda B foi internado no dia 20 de junho, após o AVC. Ele se recuperou bem do acidente vascular e três dias depois foi para casa. Após sentir febre, voltou para o hospital. Passou por uma cirurgia cardíaca em função da bactéria na válvula mitral, e se recuperava da operação desde então.
Paulista, nascido em Bilac, Luiz Carlos Martins viveu a infância e parte da juventude em Birigui, onde começou no rádio, aos 17 anos. Depois de passar por emissoras em Marília, Londrina e São Paulo, estabeleceu-se em Jacarezinho, cidade em que sua carreira radiofônica deslanchou.
Já conhecido como radialista, o rei do rádio paranaense se mudou para Curitiba aos 28 anos. Na capital paranaense, construiu uma das maiores potências da notícia da história do Paraná, com a criação da Banda B.
Ao longo dos anos, popularizou em seus programas matinais os bordões que hoje são reproduzidos no país inteiro, como “um beijo no coração” e “Oi, Oi Gente Querida”.
Como todo profissional que vê em seu trabalho uma forma de mudar a vida das pessoas, Luiz foi além do rádio. Seu primeiro cargo na vida pública foi em 1988, quando se elegeu vereador em Curitiba, com 13.616 votos.
Em 1990, foi eleito deputado estadual, cargo que manteve em 1994, 1998, 2002 e 2006. Tornou-se suplente na eleição de 2010, assumindo como deputado em 2013. Incansável, Luiz foi reeleito deputado estadual novamente em 2014 e 2018.
Desde o começo de sua trajetória na política, Luiz trouxe do rádio uma de suas principais atuações: a promoção social. Na Banda B, à frente do programa pelo AM 550 e FM 79.3, sentar em frente ao microfone de segunda a sexta, das 8h às 12h20, era muito mais do que apenas “comunicar”.
No rádio, Luiz sempre buscou mudar a vida das pessoas. Com a ajuda de voluntários, criou o Instituto Luiz Carlos Martins, que desde a fundação, em abril de 2011, passou a promover a inclusão social a pessoas portadoras de necessidades especiais, além de divulgar e organizar campanhas solidárias.
Com esta forte atuação social, foi declarada Instituição de Utilidade Pública Municipal de Curitiba e de Utilidade Pública Estadual. Através do trabalho em um cargo público, não foi diferente.
“Minha origem, meu trabalho e a minha votação são diretamente ligados com a questão da inclusão social, dos problemas da comunidade, do homem simples, do trabalhador”, explicou Luiz Carlos Martins.
Fonte Banda B