Secretário da Saúde reforça necessidade de ampliar cobertura vacinal no Paraná

31 de julho de 2024 às 16:01

O Governo do Paraná tem conduzido diversos esforços para ampliar a cobertura vacinal em todo seu território. Uma das estratégias mais recentes se deu pelo lançamento da campanha “Proteja seu filho em cada fase da vida”, com foco prioritário na vacinação de crianças e adolescentes. Esse foi um dos temas abordados na entrevista concedida nesta quarta-feira (31) pelo secretário estadual de Saúde, César Neves, ao programa “Paraná em Pauta”, da TV Paraná Turismo.

César Neves destacou a importância da campanha para garantir a saúde pública e prevenir surtos de doenças evitáveis por meio da vacinação. “Nós temos utilizado várias estratégias, muito trabalho e muitas equipes. São mais de 1.800 salas de vacina em todo o Paraná. Eu sempre friso que quem vacina são os municípios, o Estado disponibiliza rapidamente o imunizante, mas quem vacina são os municípios. Por isso, estamos recomendando horários estendidos, inclusive para vacinação nos finais de semana”, comentou.

Neves também ressaltou que a campanha incluirá parceria com a Secretaria de Estado da Educação (Seed) para viabilizar pontos de imunização em colégios estaduais. “A partir desse grande conjunto de esforços surgiu uma união entre as pastas para facilitar o acesso à vacinação. Tudo de forma muito tranquila, onde não existe pressão ou obrigatoriedade, mas convencimento”, disse.

Segundo o Painel do LocalizaSuS, o Paraná registrou, até julho deste ano, 86.54% de cobertura vacinal da Pentavalente, 82,77% para o 1º reforço com a vacina DTP, 81,99% da Pneumocócica 10 Valente, 83,59% da Pneumocócica 10 reforço, 86,06% da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) e 83,15% da Vacina Oral de Poliomielite (VOP). Para todas essas vacinas a meta de cobertura é de 95%.

A vacina contra Influenza possui destaque especial, principalmente pela chegada dos períodos mais frios do ano, nos quais tendencialmente se concentra a maior expansão de casos. Atualmente, o Paraná é o 6º estado brasileiro em números absolutos para a cobertura de Influenza, com 2.717.308 doses aplicadas. A vacina está disponível para a população em geral acima de seis meses de idade.

“Temos observado, sobretudo a partir de 2015, uma queda nos gráficos de cobertura vacinal. As fake news, campanhas de descrédito, tudo culminou num cenário que busca deslegitimar as vacinas e é nosso papel assegurar aos paranaenses: os imunizantes são seguros, passam por um crivo rigoroso até que sejam disponibilizados e cheguem nos braços dos paranaenses”, complementou.

DENGUE – Ainda durante a entrevista, o secretário comentou sobre o encerramento do atual período epidemiológico da dengue. O ciclo ficou marcado por um grande enfrentamento do Estado, que mobilizou mais de R$ 100 milhões de recursos em vigilância em saúde, com a maior parte para o combate ao mosquito.

“Tivemos um período duro, com o fenômeno El Nino antecipando em alguns meses a incidência do mosquito, que tem se adaptado cada vez mais ao meio, o que nos levou a uma mobilização constante. Dentro das estratégias, sigo reafirmando que o protagonista ainda é a população. As famílias cuidando das suas casas, do quintal, do terreno baldio, são medidas que fazem a diferença”, ressaltou.

O secretário também falou sobre perspectivas futuras para o combate à dengue. De acordo com Neves, a inauguração de duas biofábricas do Método Wolbachia, realizadas nesta semana em Foz do Iguaçu e Londrina, trazem novos panoramas para e possibilidades para este enfrentamento.

“Estamos ganhando mecanismos tecnológicos para este combate. A Wolbachia é um método que consiste na produção de mosquitos inoculados com uma bactéria que impede esses insetos de transmitir a dengue. Temos conversado com o Ministério da Saúde desde 2020 sobre a aplicação dessa estratégia e agora será uma grande ferramenta para o próximo período epidemiológico”, destacou.

Por fim, Neves comentou sobre as expectativas para a vacinação contra a dengue no próximo ano. “Está vindo aí a vacina do Instituto Butantan.  Será uma vacina monodose, e isso traz um grande conforto à população, que não tem que voltar aos postos de saúde. E também, outras duas novidades muito assertivas. Primeiro, vai dar cobertura aos quatro sorotipos da dengue: 1, 2, 3 e 4. E é uma vacina que está sendo testada em idosos, algo que a atual, infelizmente, não contempla”, completou.

Confira a entrevista:

Foto: SESA

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