O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (13) da inauguração da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Tito, em Clevelândia, na região Sudoeste do Paraná. A unidade, que fica às margens do Rio Chopim, tem capacidade instalada de 30 Megawatts, que é suficiente para atender cerca de 75 mil residências.
A PCH Tito é fruto de um investimento privado de cerca de R$ 240 milhões feito pela família Carraro, que também atua na região na produção de papel. Entre obras e operação da central, foram gerados 185 empregos diretos e outros 80 indiretos. O empreendimento contou como fornecedores brasileiros, principalmente do próprio Paraná e de Santa Catarina.
Para Ratinho Junior, a nova unidade reforça o papel do Paraná como o principal gerador de energia do Brasil, sendo quase a sua totalidade de fontes limpas e renováveis. “O Paraná produz 18% de toda a energia gerada no País, sendo que 98% dela é de fontes limpas e renováveis como o caso da PCH Tito”, afirmou o governador.
“Infelizmente, por questões ideológicas ou por desconhecimento técnico, o Paraná licenciou apenas 12 PCHs nos 16 anos anteriores à nossa gestão. A partir de 2019, passamos a olhar o setor com um critério técnico, aproveitando um grande ativo do Estado que são os seus rios, e já emitidos 90 licenciamentos entre licenças prévias, de instalação e operação, o que configura o maior programa de incentivo à energia limpa do Brasil”, acrescentou Ratinho Junior.
Na avaliação da prefeita de Clevelândia, Rafaela Losi, a construção de novas usinas hidrelétricas funciona como um estímulo econômico ao município e toda a região Sudoeste do Estado. “Clevelândia é uma cidade que já tinha outras usinas, mas com o incentivo do governador Ratinho Junior isso tem se multiplicado, o que tem impulsionado a nossa economia com a geração de novos empregos, atração de novas empresas e aumento da renda média da população”, disse.
Segundo um dos sócios-proprietários e diretor da PCH Tito, Alisson Carraro, o projeto foi iniciado há 14 anos, mas avançou de fato apenas a partir dos novos incentivos da atual gestão estadual. “Essa área já era nossa e havia um estudo da Copel anterior que comprovava a viabilidade do empreendimento. Começamos a mexer no projeto em 2010, mas foram as políticas do governo Ratinho Junior que nos deram esperança de viabilizá-lo. Em 2021 obtivemos a licença de instalação junto ao Instituto Água e Terra (IAT) e, em janeiro de 2022, começamos a obra”, relatou.
MEIO AMBIENTE – A PCH também colabora com o desenvolvimento sustentável da região. Com a central, os municípios de Clevelândia e Honório Serpa passam a ter mais segurança energética para receber indústrias, por exemplo, preservando o meio ambiente. Mais do que isso, a energia produzida na PCH Tito pode abastecer todo o território brasileiro por meio da sua integração à rede do Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS).
A construção da unidade demandou a supressão de uma área de 47 hectares, mas como medida mitigatória o empreendimento reservou uma área de 240 hectares para preservação permanente. Para isso, foram criados corredores ecológicos ao longo do Rio Chopim, de cerca de 100 metros para a margem em Clevelândia e de 80 metros para a margem de Honório Serpa.
De acordo com Carraro, o projeto também resgatou 14 mil animais na área e plantou 270 mil mudas nativas na região. “Além de ser uma produção energética que não polui nada, ainda estamos ajudando na preservação do meio ambiente, com a recuperação da flora e da fauna nativas”, contou o sócio-proprietário.
“As PCHs passam por um processo rigoroso de licenciamento. Todo o trabalho de implementação de um projeto é feito com respeito absoluto à fauna e com total comunicação com a população da região”, afirmou o presidente do conselho da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Pedro Dias.
A construção da usina também serviu de estímulo à economia local. Além dos empregos gerados na região, que movimentou a renda dos municípios do entorno, todo o material usado na produção da PCH é de origem nacional.
Para incentivar a instalação de novos empreendimentos deste tipo no Paraná, o Governo do Estado reduziu a burocracia envolvida para a liberação das PCHs, que passaram a ter uma nova dinâmica para emissão de licenciamento ambiental. Com isso, o prazo médio de liberação passou de 814 dias, em 2020, para apenas 60 dias.
Entre PCHs já em operação e em construção, o Paraná tem 47 unidades, com uma capacidade de produção energética que chega a mais de 600 Megawatts, o suficiente para abastecer toda a população de Londrina e Maringá com folga.
O secretário estadual de Desenvolvimento Sustentável, Everton Souza, enfatizou que o poder executivo estadual continua comprometido com a análise célere de licenciamentos destes empreendimentos. “Esse processo se tornou uma política de gestão ambiental para apoiar os empreendedores, para que eles possam utilizar o patrimônio natural do Paraná, para se reverter em qualidade de vida ao paranaense”, destacou.