Deputada Cristina Silvestri lidera debate sobre desafios da nefrologia e propõe Frente Parlamentar
A Assembleia Legislativa do Paraná promoveu nesta terça-feira (11) a audiência pública “Dia Mundial do Rim e os Desafios da Nefrologia no Paraná”, por iniciativa da deputada Cristina Silvestri (PP).
O evento reforçou a importância do diagnóstico precoce da Doença Renal Crônica (DRC), que afeta mais de 20 milhões de brasileiros – cerca de 10% da população – e muitas vezes evolui de forma silenciosa, o que dificulta o acesso ao tratamento adequado.
Em alusão ao Dia Mundial do Rim, celebrado em 13 de março, a campanha deste ano traz o tema “Seus rins estão ok? Faça o exame de creatinina para saber!”, alertando sobre a necessidade de exames preventivos. Cristina Silvestri destacou a urgência de ampliar o atendimento e garantir que exames essenciais cheguem a mais paranaenses, especialmente no interior do estado. “Queremos levar mais atendimento e proporcionar exames para o diagnóstico precoce, principalmente no interior do Paraná.
Hoje, muitos descobrem a doença em estágio avançado. Além disso, os recursos do governo federal não cobrem os custos, o que tem levado ao fechamento de clínicas. Precisamos de avanços concretos”.
Uma das principais propostas debatidas foi a criação da Frente Parlamentar da Nefrologia na Assembleia Legislativa do Paraná.
“Essa Frente terá um papel fundamental para garantir avanços na área, viabilizando melhor financiamento, aprimoramento no atendimento e ampliação do acesso aos tratamentos”, explicou a deputada Cristina.
ESPECIALISTAS
René Santos Neto, presidente da Sociedade Paranaense de Nefrologia, reconheceu avanços recentes, como o cofinanciamento estadual que aumentou em 15% a tabela dos procedimentos, ajudando a reduzir o déficit financeiro das clínicas.
No entanto, ele ressaltou a necessidade de ampliar o acesso a exames e melhorar a interpretação dos resultados.
O nefrologista Paulo Henrique Fraxino, vice-presidente Sul da Sociedade Brasileira de Nefrologia, chamou a atenção para as dificuldades enfrentadas pelos pacientes renais. “O diagnóstico precoce é fundamental.
Em todo o mundo, 10% da população tem doença renal crônica não diagnosticada.
Precisamos focar nos grupos de risco, como diabéticos, hipertensos, obesos e pessoas com doenças autoimunes”.
Outro ponto crítico abordado foi o financiamento da diálise. Ricardo Akel, vice-presidente da Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplantes, ressaltou que a tabela do Ministério da Saúde está desatualizada há mais de 23 anos.
“É essencial um planejamento estratégico para integrar as ações das equipes de Saúde da Família, clínicas de diálise e serviços de transplante renal”.
PRESENÇAS
A audiência ainda contou com a participação da deputada Maria Victoria (PP) e dos deputados Dr. Leônidas (CDN) e Tercílio Turini (MDB). O presidente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, José Moura Neto, contribuiu por meio de vídeo. Também foram transmitidos depoimentos de pacientes renais que estão em tratamento.