O primeiro dia do mês de outubro é o Dia Mundial do Idoso, abrindo um período de reflexão sobre a longevidade em todo o mundo. No Brasil, a deputada federal Leandre Dal Ponte (PV-PR) chama a atenção para a necessidade de criar uma Política Nacional do Cuidado, pois ainda são muitas as pessoas que chegam a uma idade avançada sem condições de saúde e sem autonomia.
“É por isso que o nosso país precisa de uma Política Nacional de Cuidado, a exemplo de países europeus e, também, do Uruguai aqui na América Latina”, disse a deputada paranaense, que neste ano viajou para o país vizinho para conhecer a Política de Cuidado no Uruguai.
Leandre destaca que, nas últimas décadas, houve mudanças no perfil sociodemográfico Brasileiro e ampliação da participação feminina no mundo do trabalho. Assim, o modelo que cabia à família — geralmente às mulheres — a responsabilidade pelo cuidado de pessoas dependentes, é cada vez menos viável, cabendo uma divisão de responsabilidades pelos idosos entre família, estado e sociedade.
“Não são todas as famílias que tem a oportunidade de cuidar da pessoa idosa. E a responsabilidade com a pessoa idosa é tanto da família, quanto do Estado e da Sociedade. É isso que está previsto nos artigos 229 e 230 da Constituição Brasileira”, reforçou a deputada.
Dados da Organização Mundial de Saúde indicam que, em 2050, haverá dois bilhões de pessoas com 60 anos ou mais no mundo. O Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. No Paraná, segundo projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados este ano, a população de pessoas idosas cresceu 44% nos últimos 10 anos e, este ano, representam quase 15% da população do Estado.
Amplitude da Política de Cuidados
Uma política de cuidados tem como destinatários não apenas as pessoas idosas, mas também crianças na primeira infância e pessoas com deficiência, ou de uma forma mais abrangente, a pessoa de qualquer faixa etária que, em razão de sua condição de dependência, necessita de cuidados de longa duração. Trata-se de um conjunto de serviços prestações, estratégias e ações de cuidado que buscam desenvolver a autonomia pessoal, a independência e o bem-estar de quem necessita de apoios básicos para alimentar-se, vestir-se, cuidar da higiene pessoal, ou mesmo instrumentais, como fazer compras, preparar refeições, limpar a casa.
“É de extrema importância que o Parlamento Brasileiro traga para o debate público e discuta em profundidade a configuração de uma política de cuidados para pessoas em situação de dependência para o desempenho de atividades básicas da vida diária”, conclamou Leandre.
Rafael H. Barzotto
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