Obras no Porto de Paranaguá vão ampliar capacidade de operação e agilizar descarga de fertilizantes

29 de março de 2022 às 15:34

A descarga de fertilizantes ficará ainda mais ágil e atrativa para quem opera no Porto de Paranaguá. O governador Carlos Massa Ratinho Junior confirmou nesta terça-feira (29) as obras de implantação de novas esteiras transportadoras nos berços 211, 209 e 208, com investimento de R$ 800 milhões da iniciativa privada, das empresas Rocha e Fertipar. A solenidade foi no Palácio Iguaçu, em Curitiba. As novas estruturas de correias serão instaladas no cais comercial, que é público.

“Nós temos que transformar o Paraná na central logística da América do Sul porque uma das preocupações das grandes empresas do mundo é a logística, que custa muito no dia a dia. E esses investimentos da iniciativa privada que estamos fechando são fruto desse planejamento para ampliar o porto mais eficiente do Brasil”, declarou o governador. Segundo ele, para acompanhar esse movimento do mercado, o Estado prepara duas modernizações que alcançam R$ 2 bilhões em investimentos: o Moegão e o Corredor de Exportações.

Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, a ampliação do porto é fundamental, principalmente para as operações nos próximos anos. “Nós estamos concluindo mais uma etapa importante para as próximas décadas. Hoje, para nós do time da infraestrutura, é um momento de prestar contas à sociedade. São projetos ousados do governo em todos os modais, principalmente na Portos do Paraná, reconhecida como a melhor gestão e que está recebendo investimentos milionários”, disse.

O presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia, reforçou a importância das obras para impulsionar a estrutura. “O Governo fez um planejamento estruturado na infraestrutura como um todo. Ferrovia, rodovia, e o porto tem que responder. Teremos condição de receber mais carga, gerar mais emprego, atrair mais investimentos, operando com um custo menor e mais eficiente”, afirmou.

NOVAS ESTEIRAS

Hoje há correias operando apenas no berço 209 e elas chegam até dois terminais – o Terminal Público de Fertilizantes (TEFER) e o Rocha. Com a expansão das dalas (estruturas onde ficam as correias), outros dois berços (o 208 e o 211) e novos terminais (como a Fertipar) poderão se interligar para a recepção dos granéis sólidos minerais.

Os adubos poderão ser descarregados de três navios, simultaneamente, utilizando as esteiras transportadoras. Além de aumentar a capacidade de descarga, o investimento vai dar mais agilidade, reduzindo a fila de espera para a atracação e, consequentemente, os custos da operação.

No Porto de Paranaguá, além dos três berços preferenciais para os navios carregados de fertilizante (208, 209 e 211), ainda há um píer privado, com outros dois berços exclusivos e interligados por esteiras (Fospar). No Porto de Antonina são mais dois berços para o segmento.

A descarga de fertilizantes é feita com o auxílio de guindastes (tipo MHC, de cais, ou os de bordo, do próprio navio). Aos equipamentos são conectadas uma espécie de concha (grab) que retira os produtos dos porões das embarcações e descarregam nos funis das esteiras transportadoras ou dos funis sob os quais passam os caminhões que levam as cargas para os terminais.

OBRAS

Os terminais portuários Rocha e Fertipar, ambos localizados na retroárea do Porto de Paranaguá, pretendem investir um total de R$ 800 milhões nesse projeto de expansão que prevê, além das novas esteiras, a construção de novos armazéns. Em geral, o projeto pretende criar um corredor para descarga de fertilizantes com duas novas linhas independentes. A nova estrutura possibilitará a atracação de navios com maior capacidade, como o Panamax, por exemplo.

Em detalhes, no cais será feita a demolição das atuais correias transportadora e torre de transferência e a implantação das novas esteiras nos três berços. Cada um terá capacidade de descarregar até mil toneladas de fertilizantes, por hora. No total serão 1.192 metros lineares de esteiras transportadoras. Também será montada uma nova balança de fluxo, com a mesma capacidade; três estruturas de funis sobre trilhos, com capacidade para 60 metros cúbicos cada; e equipamentos afastadores no berço 209.

Fora do porto, serão construídos três armazéns pela empresa Rocha adicionando uma capacidade estática de mais 192 mil toneladas, que serão somadas às atuais 445 mil toneladas que o terminal já tem para a recepção de carga. Estes, assim como a estrutura atual da empresa, também serão interligados às correias do cais.

A Fertipar, por sua vez, vai construir outros quatro armazéns que somarão mais 300 mil toneladas de capacidade estática às atuais 192 mil toneladas que a empresa já tem de armazenagem. Essas novas estruturas também serão interligadas às esteiras de recepção da faixa primária.

Para essas interligações dos novos armazéns, ainda na área de retaguarda do porto serão construídos mais 1.282 metros lineares de esteiras transportadoras. Toda essa expansão vai gerar 350 empregos diretos, em um período de cerca de dois anos o meio – tempo que devem durar as obras.

INVESTIMENTOS PÚBLICOS

No evento, o governador falou ainda sobre o edital de licitação do projeto de moega exclusiva para trens, o Moegão, que vai receber investimento de R$ 524 milhões. O projeto voltado a estrutura do Porto de Paranaguá tem como objetivo absorver a produção transportada pelo modal ferroviário, já tendo em vista o projeto da Nova Ferroeste. A fase atual é de preparação para o certame. A previsão de início das obras é novembro deste ano, com conclusão a partir de julho de 2024.

O governador afirmou que a construção do Moegão traz mais eficiência logística e melhora a vida de quem mora em Paranaguá . “As interferências da ferrovia na cidade serão reduzidas de 16 para 5 pontos. O número de caminhões vai diminuir, tirando até 700 veículos por dia do trânsito local. As manobras também ficarão mais rápidas, operando até 180 vagões simultaneamente”, disse.

O projeto prevê, também, a adequação do acesso, redistribuição das faixas internas e posicionamento das balanças e das moegas destinadas ao depósito de grãos. A descarga ferroviária será centralizada em uma moega exclusiva e interligada a três linhas independentes.

Ratinho Junior falou ainda sobre o andamento da modernização e ampliação do Corredor de Exportação (CORREX), no Porto de Paranaguá. A Portos do Paraná vai investir R$ 1,3 bilhão na obra. O projeto básico está sendo finalizado e vai permitir a construção de um píer em T, com 4 berços de atracação, ponte de acesso e 8 torres pescantes, cada uma com capacidade de embarque de quatro mil toneladas/hora.

“Para que essas cargas, que vão chegar num futuro próximo, tenham um tratamento eficiente, o porto precisa ajustar o Moegão, que dá uma condição muito melhor de recebimento ferroviário, olhando não só agora, mas o futuro. O novo corredor de exportação também. As mercadorias têm que chegar no navio com eficiência, tudo isso para que o Paraná seja visto não só como um ponto logístico muito bom, mas com custo ao importador e exportador muito barato”, complementou Garcia.

(Matéria: AENPr)

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