Alunos de Colégios Estaduais de Educação Profissional (CEEPs) localizados em municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) apresentaram suas respectivas áreas de formação em um encontro realizado nesta quarta-feira (24), em Colombo. Foi durante a 1ª Feira da Educação Profissional da Área Metropolitana Norte, que reuniu cerca de 4 mil pessoas entre alunos de 53 escolas de ensino fundamental e ensino médio da rede estadual, professores, representantes da Associação Comercial de Colombo, da Secretaria Municipal de Indústria e Comércio e do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

A iniciativa buscou aproximar e divulgar a educação profissional junto a alunos do ensino fundamental, oferecendo uma visão prática e detalhada sobre os cursos disponíveis, as habilidades desenvolvidas e as oportunidades no mercado de trabalho. Após a etapa do ensino fundamental, os jovens podem optar pela educação profissional integrada ao ensino médio, ou concomitante, com o ensino médio e o profissionalizantes em instituições distintas.

O encontro foi promovido pelo Núcleo Regional da Educação (NRE) da Área Metropolitana Norte, que abrange  Adrianópolis, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Magro, Cerro Azul, Colombo, Doutor Ulysses, Itaperuçu, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, Rio Branco do Sul e Tunas do Paraná.

Distribuídos em 10 estandes de diferentes áreas de atuação, os expositores apresentaram as perspectivas do mercado nos seguintes segmentos: administração, agronegócio, agropecuária, bioeconomia, desenvolvimento de sistemas, enfermagem, formação de docentes, planejamento e controle de produção, marketing e sistemas de energia renovável.

“Iniciativas para conscientizar os estudantes sobre as vantagens competitivas que uma formação técnica pode oferecer são essenciais. Um diploma técnico não só amplia as possibilidades de inserção no mercado de trabalho de forma mais rápida, como também proporciona qualificação em áreas estratégicas, alinhadas às demandas do setor produtivo local e nacional”, afirma o secretário estadual da Educação, Roni Miranda.

DIVERSIDADE DE CURSOS – Integrando setores tradicionais, como o agronegócio, com áreas de vanguarda, como a tecnologia da informação, o evento apresentou a abrangência da formação técnica oferecida pela rede estadual. Alunos do Colégio Estadual do Campo Nossa Senhora da Conceição, do município de Campo Magro, por exemplo, apresentaram um projeto inovador desenvolvido a partir do componente de Bioeconomia.

Os estudantes mostraram cultivos próprios, irrigados com fertilizante produzido com resíduos orgânicos (como restos de alimento), e também uma réplica do biodigestor desenvolvido por eles, que serve tanto para armazenamento do fertilizante, quanto para a produção do gás de cozinha utilizado na escola.

“O biodigestor funciona por meio de um processo de decomposição anaeróbica, sem oxigênio, da matéria orgânica, como resíduos alimentares ou plantas.  O gás produzido durante a decomposição é coletado e canalizado para um reservatório. Esse biogás é utilizado como combustível e substitui o gás de cozinha convencional”, explica Christian dos Santos, uma das expositoras.

“Desde que o curso passou a ser oferecido na escola, temos percebido a relevância deste aprendizado já no dia a dia dos estudantes que são moradores da área rural”, disse a diretora da escola, Josiane do Rocio. Segundo ela, a partir dos trabalhos desenvolvidos na unidade, os alunos têm posto em prática as novas habilidades, em casa, nas lavouras de suas próprias famílias. “Com isso, a educação tem garantido o preparo desses jovens tanto para o trabalho local quanto para o mercado de trabalho no agronegócio”, enfatizou Josiane.

Já no estande do Colégio Estadual Conselheiro Quielse Crisóstomo da Silva, de Bocaiúva do Sul, o tema apresentado foi o curso técnico em Desenvolvimento de Sistemas, que proporciona ao aluno conhecimentos práticos em programação, lógica computacional e desenvolvimento de software, altamente demandados em diversas indústrias, não apenas na área de tecnologia.

“Contamos com atividades prática em diversas áreas da tecnologia como linguagem de programação, desenvolvimento e engenharia de software. Com essas competências ganhamos vantagem competitiva no mercado de trabalho, além de capacitação para enfrentar os desafios de um mundo cada vez mais voltado para a transformação digital e inovação tecnológica”, afirma Maria Sales, aluna da escola.

ENSINO TÉCNICO E PROFISSIONAL – A oferta de cursos profissionalizantes pela Secretaria da Educação do Paraná (Seed-PR) vem passando por importante ampliação nos últimos anos. Em 2021, o número de vagas da modalidade girava em torno de 10 a 14 mil. No ano subsequente, esse número saltou para 29 mil, e em 2023 chegou ao patamar de 38 mil vagas disponíveis. Neste ano, a modalidade oferece 45 cursos e conta com 112 mil alunos matriculados em 708 escolas distribuídas por 258 municípios de todo o Paraná.

Foto: Silvio Turra/SEED-PR